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sábado, 5 de setembro de 2009

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Tenho trinta e quatro anos,
um pincel e tinta vermelho-sangue.
Sou toda sangue... de veias cortadas
e vinho tinto aprisionado

em garrafas de sorriso.

Tenho trinta e quatro anos,
minhas crianças (a que fui e a que tive)
foram extirpadas de mim.
A violência sou eu, sou eu a revolta
e também a esperança.
Tenho trinta e quatro anos
e hoje eu só preciso
da fumaça anestésica,
das tintas cor-de-sangue
e de sangue engarrafado.
Engarrafado, preso e contido
como meu sorriso largo
que ainda existe.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Rosas



Rosa Sônica
As flores nascem aqui, no coração.
É só fechar os olhos pra ver, pra sentir,
Pra viver sem medo de arriscar
E acreditar que cada dia vai se tornar
O melhor dia.
Se esse é um jogo, me jogo bem no meio,
Tudo por um triz meio na mão do acaso.
Se esse é um jogo e nada vem marcado,
Tudo por um triz meio na mão do acaso.
Eu acredito em tudo que vibra,
Acredito no amor
De quem dá pra quem procura.
Pode ser cura,
Pode ser loucura.
Eu acredito em tudo que vibra...
Rebeca Matta

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Sol Derramado



ETERNA MÁGOA

O homem por sobre quem caiu a praga
Da tristeza do mundo, o homem que é triste,
Para todos os séculos existe
E nunca mais o seu pesar se apaga!
Não crê em nada, pois nada há que traga
Consolo à Mágoa a que só ele assiste
Quer resistir e quanto mais resiste
Mais se lhe aumenta e se lhe afunda a chaga
Sabe que é triste, mas o que não sabe
É que essa mágoa infinda assim, não cabe
Na sua vida, é que essa mágoa infinda
Transpõe a vida do seu corpo inerme;
E quando esse homem se transforma em verme
É essa mágoa que o acompanha ainda!
Augusto dos Anjos
De todos os poemas do mundo, esse é o meu favorito; e foi o que escolhi para "ilustrar" a pintura Sol Derramado. Acrílica sobre tela 50x70.