terça-feira, 30 de setembro de 2014
quinta-feira, 21 de agosto de 2014
Dorme sobre o meu seio
"Dorme sobre o meu seio,
Sonhando de sonhar...
No teu olhar eu leio
Um lúbrico vagar.
Dorme no sonho de existir
E na ilusão de amar. ...
Tudo é nada, e tudo
Um sonho finge ser.
O ‘spaço negro é mudo.
Dorme, e, ao adormecer,
Saibas do coração sorrir
Sorrisos de esquecer.
Dorme sobre o meu seio,
Sem mágoa nem amor...
No teu olhar eu leio
O íntimo torpor
De quem conhece o nada-ser
De vida e gozo e dor. "
Fernando Pessoa
Sonhando de sonhar...
No teu olhar eu leio
Um lúbrico vagar.
Dorme no sonho de existir
E na ilusão de amar. ...
Tudo é nada, e tudo
Um sonho finge ser.
O ‘spaço negro é mudo.
Dorme, e, ao adormecer,
Saibas do coração sorrir
Sorrisos de esquecer.
Dorme sobre o meu seio,
Sem mágoa nem amor...
No teu olhar eu leio
O íntimo torpor
De quem conhece o nada-ser
De vida e gozo e dor. "
Fernando Pessoa
segunda-feira, 26 de maio de 2014
Sangue e Cal
Técnica mista( Acrílica, textura e pastel seco 100x100cm
"Agregado infeliz de sangue e cal,
Fruto rubro de carne agonizante,
Filho da grande força fecundante
De minha brônzea trama neuronial
Que poder embriológico fatal
Destruiu, com a sinergia de um gigante,
A tua morfogênese de infante,
A minha morfogênese ancestral?!
Porção de minha plásmica substância,
Em que lugar irás passar a infância,
Tragicamente anônimo, a feder?!...
Ah! Possas tu dormir feto esquecido,
Panteisticamente dissolvido
Na noumenalidade do NÃO SER!"
Augusto dos Anjos
sexta-feira, 24 de maio de 2013
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013
terça-feira, 17 de julho de 2012
Ophelia
Ophelia. Óleo sobre tela 70x100 cm
"Ser ou não ser; essa é toda a questão:
Se mais nobre é em mente suportar
Dardos e flechas de ultrajante sina
Ou tomar armas contra um mar de angústias
E firme, dar-lhes fim. Morrer: dormir;
Não mais; dizer que um sono porá fim
À dor do coração e aos mil embates
De que é herdeira a carne!... é um desenlace
A aspirar com fervor. Morrer, dormir;
Dormir, talvez sonhar: eis o dilema,
Pois no sono da morte quaisquer sonhos
- Ao nos livrarmos deste caos mortal -
A paz nos devem dar. Esta é a razão
De a vida longa ser calamidade,
Pois quem do mundo os males sofreria:
A injustiça, a opressão, a vã injúria,
O amor magoado, as delongas da lei,
O abuso do poder e a humilhação
Que do indigno o valoroso sofre,
Quando ele próprio a paz encontraria
Em seu punhal? Quem fardo arrastaria,
Grunhindo, suarento, em triste vida,
Senão porque o pavor do após-a-morte
- Ignota região de cujas linhas
Não se volta - a vontade nos confunde
E nos faz preferir males que temos
A buscar outros que desconhecemos?
Assim nos faz covardes a consciência,
E o natural fulgor da decisão
Sucumbe à débil luz da reflexão;
E assim projetos de vigor e urgência
Em vista disto seus cursos desviam
E perdem o nome de ação."
Se mais nobre é em mente suportar
Dardos e flechas de ultrajante sina
Ou tomar armas contra um mar de angústias
E firme, dar-lhes fim. Morrer: dormir;
Não mais; dizer que um sono porá fim
À dor do coração e aos mil embates
De que é herdeira a carne!... é um desenlace
A aspirar com fervor. Morrer, dormir;
Dormir, talvez sonhar: eis o dilema,
Pois no sono da morte quaisquer sonhos
- Ao nos livrarmos deste caos mortal -
A paz nos devem dar. Esta é a razão
De a vida longa ser calamidade,
Pois quem do mundo os males sofreria:
A injustiça, a opressão, a vã injúria,
O amor magoado, as delongas da lei,
O abuso do poder e a humilhação
Que do indigno o valoroso sofre,
Quando ele próprio a paz encontraria
Em seu punhal? Quem fardo arrastaria,
Grunhindo, suarento, em triste vida,
Senão porque o pavor do após-a-morte
- Ignota região de cujas linhas
Não se volta - a vontade nos confunde
E nos faz preferir males que temos
A buscar outros que desconhecemos?
Assim nos faz covardes a consciência,
E o natural fulgor da decisão
Sucumbe à débil luz da reflexão;
E assim projetos de vigor e urgência
Em vista disto seus cursos desviam
E perdem o nome de ação."
O solilóquio de Hamlet
(Ato III, Cena 1)
(Ato III, Cena 1)
Fruto da Terra
Fruto da Terra. Óleo sobre crepom 50x80 cm
Movo-me sobre a lodosa planície
da vida que outrora escolhera.
Vejo folhas secas,
e flores sem frutos
de formas e cores estranhas:
são todas roxas ou de um amarelo pálido
ou, ás vezes, encharcadas num vermelho
que nada tem de vivo
quando misturado ao negrume da noite.
Ouço ao longo dos imensos capinzais
o choro de uma criança morta.
Tudo em si é sepultura.
Na paisagem desolada
paciente, espero o passar dos anos.
Até um dia (um belo dia ensolarado)
traspor essa existência.
Por fim respirar
expirar...
Sheila Santos (texto escrito em 23 de julho de 2004)
Fruto da Terra (Detalhe)
terça-feira, 26 de junho de 2012
Sheila Santos em Flor de Cayena
Pintura de Sheila Santos com poema de Lucille Clifton, arte de Flor de Cayena.
Flor de Cayena é uma iniciativa para a promoção de alternativas ecológicas para a menstruação e outras práticas de liberação feminina.Vá lá: www.tusfloresdecayena.blogspot.com.
Flor de Cayena é uma iniciativa para a promoção de alternativas ecológicas para a menstruação e outras práticas de liberação feminina.Vá lá: www.tusfloresdecayena.blogspot.com.
quinta-feira, 5 de janeiro de 2012
Pérola
"Uma estrela brilha na brecha da noite
Clareando o calabouço da minh' alma
No escuro e sem você
eu perco a calma
Hora amarga que me encharca
em seu açoite
A paixão me esquartejando com sua foice
E a garganta vomitando um grito rouco
Chamei tanto que eu quase fico louco
Quis mostrar um pouco do meu sentimento
Que uma noite sem você é muito tempo
E uma vida com você é muito pouco." João Linhares
sábado, 17 de dezembro de 2011
Exposição/Leilão de Parede SINAPEV
Agradeço a toda diretoria do SINAPEV, em especial Leonel Mattos pela excelente montagem, a todos os artistas que participaram e a todos os que vieram prestigiar este grande evento. Foi tudo lindo!!!
Lembrando que a expo fica até 30 de dezembro. Quem ainda não viu, vá lá!!!
Sheila Santos
Lembrando que a expo fica até 30 de dezembro. Quem ainda não viu, vá lá!!!
Sheila Santos
segunda-feira, 12 de dezembro de 2011
SHEILA SANTOS convida para EXPOSIÇÃO SINAPEV /LEILÃO DE PAREDE
Amigos,
Estarei participando da Grande exposição/leilão de obras de arte do Sinapev-ba Sindicato dos Artista Plásticos e Visuais da Bahia no dia 14 de dezembro de 2011 às 19 horas. no Atelier de Leonel Rocha Mattos em frente à Igreja de Santana no Rio Vermelho.
Apareça!
Estarei participando da Grande exposição/leilão de obras de arte do Sinapev-ba Sindicato dos Artista Plásticos e Visuais da Bahia no dia 14 de dezembro de 2011 às 19 horas. no Atelier de Leonel Rocha Mattos em frente à Igreja de Santana no Rio Vermelho.
Apareça!
quarta-feira, 27 de julho de 2011
sábado, 4 de junho de 2011
segunda-feira, 11 de abril de 2011
sexta-feira, 8 de abril de 2011
Despedida-Triptico
Despedida
Tríptico
Acrílica sobre tela com poema de Cecília Meireles
"Por mim, e por vós, e por mais aquilo
que está onde as outras coisas nunca estão
deixo o mar bravo e o céu tranqüilo:
quero solidão.
Meu caminho é sem marcos nem paisagens.
E como o conheces ? - me perguntarão. -
Por não Ter palavras, por não ter imagem.
Nenhum inimigo e nenhum irmão.
Que procuras ?
Tudo.
Que desejas ?
Nada.
Viajo sozinha com o meu coração.
Não ando perdida, mas desencontrada.
Levo o meu rumo na minha mão.
A memória voou da minha fronte.
Voou meu amor, minha imaginação ...
Talvez eu morra antes do horizonte.
Memória, amor e o resto onde estarão?
Deixo aqui meu corpo, entre o sol e a terra.
(Beijo-te, corpo meu, todo desilusão !
Estandarte triste de uma estranha guerra ... )
Quero solidão."
Despedida
Tríptico
Acrílica sobre tela com poema de Cecília Meireles
"Por mim, e por vós, e por mais aquilo
que está onde as outras coisas nunca estão
deixo o mar bravo e o céu tranqüilo:
quero solidão.
Meu caminho é sem marcos nem paisagens.
E como o conheces ? - me perguntarão. -
Por não Ter palavras, por não ter imagem.
Nenhum inimigo e nenhum irmão.
Que procuras ?
Tudo.
Que desejas ?
Nada.
Viajo sozinha com o meu coração.
Não ando perdida, mas desencontrada.
Levo o meu rumo na minha mão.
A memória voou da minha fronte.
Voou meu amor, minha imaginação ...
Talvez eu morra antes do horizonte.
Memória, amor e o resto onde estarão?
Deixo aqui meu corpo, entre o sol e a terra.
(Beijo-te, corpo meu, todo desilusão !
Estandarte triste de uma estranha guerra ... )
Quero solidão."
.
segunda-feira, 14 de março de 2011
A Morte dos Amantes
"A Morte dos Amantes"
OST 80x100 cm
La mort des amants
Charles Baudelaire
Nous aurons des lits pleins d'odeurs légères,
Des divans profonds comme des tombeaux,
Et d'étranges fleurs sur des étagères,
Écloses pour nous sous des cieux plus beaux.
Usant à l'envi leurs chaleurs dernières,
Nos deux coeurs seront deux vastes flambeaux,
Qui réfléchiront leurs doubles lumières
Dans nos deux esprits, ces miroirs jumeaux.
Un soir fait de rose et de bleu mystique,
Nous échangerons un éclair unique,
Comme un long sanglot, tout chargé d'adieux;
Et plus tard un Ange, entr'ouvrant les portes,
Viendra ranimer, fidèle et joyeux,
Les miroirs ternis et les flammes mortes.
A Morte dos Amantes
Tradução: Jorge Pontual
Vamos ter lençóis de aura ligeira,
profundo divã como um mausoléu,
e flores estranhas na prateleira
abertas pra nós sob um outro céu.
No fim da paixão, chama derradeira,
nossos corações, como um fogaréu,
irão refletir sua luz parceira
nas almas iguais, espelhos sem véu.
Numa tarde rosa e azul-desmaio,
nós vamos trocar um único raio,
um longo soluço cheio de adeus;
e depois um Anjo, ao abrir as portas,
dará vida novas aos teus e meus
espelhos sombrios e chamas mortas
quarta-feira, 15 de dezembro de 2010
RETRATOS ARTÍSTICOS: Um Presente Inigualável. Encomende já o seu!
Encomende seu retrato, de seus familiares, parentes, amigos, celebridades, animais de estimação, etc.. Os retratos são confeccionados tendo uma fotografia como referência e são ideais para homenagens, aniversários, casamentos,decoração, recordações e presentes em geral.
Várias técnicas e materiais disponíveis: lápis (grafite), giz pastel, óleo e acrílica.
Métodos de pagamento: conta bancária (depósito ou transferência).
O pagamento, adiantado, pode ser parcelado, geralmente em duas vezes, sendo que a primeira parcela (sinal) não é reembolsável. Isto é necessário para cobrir meu tempo e despesas com o trabalho inicial (materiais, pesquisa, esboços, etc). Reembolsos só serão aceitos em casos excepcionais.
O pagamento final deve ser feito quando o trabalho estiver finalizado e pronto para ser enviado.
Envie um e-mail para sheilissima@ig.com.br descrevendo o que você gostaria que eu desenhasse/pintasse, anexando a respectiva fotografia. Discutiremos as características e detalhes da imagem e você receberá um orçamento.
O retrato será enviado enrolado dentro de um tubo próprio para o transporte.
O preço e prazo do envio dependem do tipo de frete escolhido (carta registrada, PAC ou SEDEX) e da localidade para onde a encomenda será enviada.
sábado, 20 de novembro de 2010
Toca-me
Acrílica sobre EVA camurçado. 48x50 cm
"Ver-te. Tocar-te.
Que fulgor de máscaras.
Que desenhos e rictus na tua cara
Como os frisos veementes dos tapetes antigos.
Que sombrio te tornas se repito
O sinuoso caminho que persigo: um desejo
Sem dono, um adorar-te vívido mas livre.
E que escura me faço se abocanhas de mim
Palavras e resíduos. Me vêm fomes
Agonias de grandes espessuras, embaçadas luas
Facas, tempestade. Ver-te. Tocar-te.
Cordura.
Crueldade."
Que fulgor de máscaras.
Que desenhos e rictus na tua cara
Como os frisos veementes dos tapetes antigos.
Que sombrio te tornas se repito
O sinuoso caminho que persigo: um desejo
Sem dono, um adorar-te vívido mas livre.
E que escura me faço se abocanhas de mim
Palavras e resíduos. Me vêm fomes
Agonias de grandes espessuras, embaçadas luas
Facas, tempestade. Ver-te. Tocar-te.
Cordura.
Crueldade."
Hilda Hilst- Do Desejo
domingo, 31 de outubro de 2010
Exposição Universo Particular

Abertura: 04 de novembro 2010 às 19horas na Casa Afranio Peixoto. Lençóis-Ba
A artista plástica baiana Sheila Santos apresenta em sua obra uma visão poética e sensível do universo feminino.
A mostra é composta de retratos, paisagens e pinturas nas mais diversas técnicas que retratam com beleza e lirismo o olhar da mulher sobre a natureza, o semelhante e seus dramas íntimos de violência e solidão.
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