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terça-feira, 20 de outubro de 2009

Salve linda cançao sem esperança

Cela (ou Sê-la)

Sobraram poucos espinhos,
ainda assim sou capaz
de me ferir
toda vez que ando por aqui.
E pensar que vivi
tantos anos nesta cela
fria e escura.
'gora vejo sol
la fora...
Sabia poder partir,
mas permaneci.
Agora, veja só,
estes tijolos imundos,
estes vermes,
toda essa imundície.
E não havia trancas,
cadeados, sequer portas:
eu estava livre
para partir quando quisesse.
'gora vejo o sol lá fora.
Estive cego.
Fiquei louco.
Morri algumas vezes.
Sim, foi preciso morrer.
Livre para partir.
O sol lá fora.
... me sento no canto
mais escuro.
Vou ficar.
Deixa o sol
arder lá fora.
Dói muito,
mas ainda
prefiro
aqui.
Mello.
Homenagem com todo meu carinho à pedra bruta, à pedra mais resistente, à pedra que não se lapida e que é uma das mais preciosas e belas que já garimpei.

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