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terça-feira, 20 de outubro de 2009

Salve linda cançao sem esperança

Cela (ou Sê-la)

Sobraram poucos espinhos,
ainda assim sou capaz
de me ferir
toda vez que ando por aqui.
E pensar que vivi
tantos anos nesta cela
fria e escura.
'gora vejo sol
la fora...
Sabia poder partir,
mas permaneci.
Agora, veja só,
estes tijolos imundos,
estes vermes,
toda essa imundície.
E não havia trancas,
cadeados, sequer portas:
eu estava livre
para partir quando quisesse.
'gora vejo o sol lá fora.
Estive cego.
Fiquei louco.
Morri algumas vezes.
Sim, foi preciso morrer.
Livre para partir.
O sol lá fora.
... me sento no canto
mais escuro.
Vou ficar.
Deixa o sol
arder lá fora.
Dói muito,
mas ainda
prefiro
aqui.
Mello.
Homenagem com todo meu carinho à pedra bruta, à pedra mais resistente, à pedra que não se lapida e que é uma das mais preciosas e belas que já garimpei.

sábado, 5 de setembro de 2009

34

Tenho trinta e quatro anos,
um pincel e tinta vermelho-sangue.
Sou toda sangue... de veias cortadas
e vinho tinto aprisionado

em garrafas de sorriso.

Tenho trinta e quatro anos,
minhas crianças (a que fui e a que tive)
foram extirpadas de mim.
A violência sou eu, sou eu a revolta
e também a esperança.
Tenho trinta e quatro anos
e hoje eu só preciso
da fumaça anestésica,
das tintas cor-de-sangue
e de sangue engarrafado.
Engarrafado, preso e contido
como meu sorriso largo
que ainda existe.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Rosas



Rosa Sônica
As flores nascem aqui, no coração.
É só fechar os olhos pra ver, pra sentir,
Pra viver sem medo de arriscar
E acreditar que cada dia vai se tornar
O melhor dia.
Se esse é um jogo, me jogo bem no meio,
Tudo por um triz meio na mão do acaso.
Se esse é um jogo e nada vem marcado,
Tudo por um triz meio na mão do acaso.
Eu acredito em tudo que vibra,
Acredito no amor
De quem dá pra quem procura.
Pode ser cura,
Pode ser loucura.
Eu acredito em tudo que vibra...
Rebeca Matta

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Sol Derramado



ETERNA MÁGOA

O homem por sobre quem caiu a praga
Da tristeza do mundo, o homem que é triste,
Para todos os séculos existe
E nunca mais o seu pesar se apaga!
Não crê em nada, pois nada há que traga
Consolo à Mágoa a que só ele assiste
Quer resistir e quanto mais resiste
Mais se lhe aumenta e se lhe afunda a chaga
Sabe que é triste, mas o que não sabe
É que essa mágoa infinda assim, não cabe
Na sua vida, é que essa mágoa infinda
Transpõe a vida do seu corpo inerme;
E quando esse homem se transforma em verme
É essa mágoa que o acompanha ainda!
Augusto dos Anjos
De todos os poemas do mundo, esse é o meu favorito; e foi o que escolhi para "ilustrar" a pintura Sol Derramado. Acrílica sobre tela 50x70.

sábado, 8 de agosto de 2009

O dia em que Miguel amarelou

Miguel, sujeito anjo que queria ser sujeito homem,
Não se sujeitava a nada.
De forma que, quando viu os primeiros raios de luz
Penetrarem a cratera onde morava ,
Sabia que ia levar porrada.
E previu que assim seria
Desde a hora
Que botasse a cara pra fora
Até entrar definitivamente em outra cilada.
E foi assim que Miguel,
sujeito anjo que queria ser sujeito homem,
decidiu que não ia se sujeitar a tal desaforo.
Desistiu de virar gente
E foi ser anjo de novo.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

"Minha alma vomita..."

Posto aqui algumas frases de Charles Bukowski, o velho safado. Mas o Buko adverte: "Se você vai tentar, vá com tudo, senão, nem comece.".
"Eu podia ver a estrada à minha frente. Eu era pobre e ficaria pobre. Mas eu não queria particularmente dinheiro. Eu sequer sabia o que desejava. Sim, eu sabia. Queria alguma lugar para me esconder. Um lugar onde ninguém tivesse que fazer nada. O pensamento de ser alguém na vida não apenas me apavorava como me deixava enojado. Pensar em ser um advogado, um professor ou um engenheiro, qualquer coisa desse tipo, parecia-me impossível. Casar, ter filhos, ficar preso a uma estrutura familiar. Ir e retornar de um local de trabalho todos os dias. Era impossível. Fazer coisas, coisa simples, participar de piqueniques em famílias, festas de Natal, 4 de Julho, Dia do Trabalhador, Dia das Mães...afinal, é pra isso que nasce um homem, para enfrentar essas coisas até o dia de sua morte? Preferia ser um lavador de pratos, voltar para a solidão de um cubículo e beber até dormir."
"Somos finos como papel. Existimos por acaso entre as porcentagens, temporariamente. E esta é a melhor e a pior parte, o fator temporal. E não há nada que se possa fazer sobre isso. Você pode sentar no topo de uma montanha e meditar por décadas e nada vai mudar. Você pode mudar a si mesmo para ser aceitável, mas talvez isso também esteja errado. Talvez pensemos demais. Sinta mais, pense menos."
"A verdade é que somos umas monstruosidades. Se pudéssemos nos ver de verdade, saberíamos como somos ridículos com nossos intestinos retorcidos pelos quais deslizam lentamente as fezes... enquanto nos olhamos nos olhos e dizemos: 'Te amo'. Fazemos e produzimos uma porção de porcarias, mas não peidamos perto de uma pessoa. Tudo tem um fio cômico."
"-Todos nós temos essa racha nas costas, certo? Lá embaixo, mais ou menos no meio, certo? A merda espirra por ali, certo? Ou pelo menos a gente espera que espirre! É tirar a nossa merda e estaremos mortos! Pensem em quanta merda a gente caga numa vida inteira! A Terra, no momento, absorve toda ela! Mas os mares e os rios estão ameaçando suas próprias vidas engolindo nossa merda! Nós somos imundos, imundos, imundos! Eu odeio todos nós. Toda vez que limpo a bunda, odeio a nós todos!"
"Mesmo o ser humano mais monstruoso sobre a face da terra merece um papel higiênico pra limpar o rabo."

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Tipos de Pastel

Pastel seco, lápis pastel, pastel a óleo...são alguns dos tipos de pastel mais usados pelos artistas plasticos de hoje! As barras de pastel são basicamente compostas de pigmentos de cor e aglutinante, ambos misturados e moldados dando forma as barras que conhecemos. A sua consistência varia e depende da quantidade e tipo de aglutinante incorporado á mistura; quanto mais aglutinante tiver a mistura, mais dura esta resultará, e menos brilho terá o pastel. Por tanto as barras mais brilhantes poderão ser mais frágeis. Devidamente tratado, o pastel conserva a sua força e frescura durante décadas, até séculos. Existem vários tipos de pastel. Cada um proporciona resultados diferentes com a aplicação de técnicas diferentes. Pastel Seco Macio. Encontra-se em caixas de conjuntos de 10 unidades até 200. Podem ser de forma cilíndrica ou de paralelepípedo, dependendo da marca. Também pode ser adquirido individualmente. É um material mais barato que os lápis pastel e utiliza-se para trabalhos menos minuciosos. Alguns bons exemplos de obras realizadas com este material, são as pinturas de Degas e outros artistas com estilo impressionista. As cores pastel só podem ser misturados no próprio papel ou superficie de trabalho, o que significa que é aconselhável ter mais do que 10 cores.A consistência do pastel seco varia de acordo com as marcas. Cada pessoa de acordo com a sua preferência deverá testar varias marcas até encontrar aquela que mais se adeqúe ao seu estilo de trabalho. Lápis Pastel. Apresentam-se como o nome indica, em forma de lápis e normalmente são vendidos em conjuntos de 50 cores ou mais. São ideais para pormenorização e detalhes nos desenhos e pinturas. Pastel seco- Duro. O pastel duro, é aquele que tem muito aglutinante na sua mistura com os pigmentos, por esta razão, as cores são menos vivas e brilhantes. Na atualidade não se encontra com tanta facilidade como os pastéis suaves, devido ao fato que muitos artistas utilizam o lápis de cor para substituir o efeito que se podia conseguir com os pastéis duros. Pastel a Óleo Outra qualidade de pastel que existe é o pastel a Óleo, que consiste na mistura de pigmentos, óleo inerte e cera.A técnica de aplicação difere do pastel seco principalmente devido ao fato de estes terem mais aderência à superfície de aplicação.

segunda-feira, 29 de junho de 2009

O que é pastel

A palavra "pastel" passou à linguagem cotidiana como sinônimo de cor clara e suave.Mas, na verdade, a pintura com pastel pode ser muito ousada e forte. Esse material permite incontáveis possibilidades artísticas, e pode ser eficientemente usado para esboços rápidos ou para trabalhos mais acabados.
O pastel teve sua origem na Itália no século XVI, como desenvolvimento natural do giz para desenho. Federico Barocci (1526-1612) foi o primeiro grande expoente a empregar o pastel, em uma época em que existia apenas nas cores branco, preto e encarnado. A partir do séc. XVIII, a técnica do pastel alcançou grande popularidade sobretudo na França e, com Maurice-Quentin La Tour (1704-1788), atingiu em muitos retratos o auge do virtuosismo técnico. No século XIX, o pastel foi utilizado na forma de técnica mista, com o uso simultâneo do óleo, guache e têmpera. O pastel atende às necessidades dos impressionistas, que registravam a diversidade cromática da natureza e os efeitos da luz.Foi usado em grande escala pelos impressionistas Cassatt, Degas, Redon, Renoir, Toulouse Lautrec e Whistler.Dos trabalhos realizados por esses mestres,provavelmente os mais conhecidos hoje são os estudos de bailarinas feitos por Degas. Ele explorou a fundo as possibilidades do pastel, conseguindo texturas realmente notáveis.
O giz pastel ou pastel seco é obtido agregando pigmento em pó a um aglutinante (água em que se ferveu cevada, por exemplo).A pasta obtida é modelada em forma de cilindros.Aplicado ao suporte, com o auxílio dos dedos ou de um esfuminho, o pigmento aloja-se nas fibras do papel usado como suporte.Como o pastel é aplicado diretamente sobre o papel, presta-se a um tratamento muito especial, que resulta na textura aveludada tão apreciada pelos amantes da pintura. Tais qualidades fazem dele um material particularmente adequado para a realização de retratos, embora pode-se empregá-lo em qualquer tipo de trabalho artístico.